''Por que Deus permite
Que as mães vão-se em bora?
Mãe não tem limite
É tempo sem hora,
Luz que não apaga
Quando sopra o vento
E a chuva desaba,
Veludo escondido
Na pele enrugada,
Água pura, ar puro,
Puro pensamento.
Morrer acontece
Com o que é breve e passa
Sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
É eternidade.
Por que Deus se lembra
-Mistério profundo-
De um dia tirá-la?
Fosse eu rei do mundo,
Baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
Mãe ficará sempre junto de seu filho,
E ele, velho em bora
Será sempre pequenino
Como grão de milho.''
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