E meus olhos te procuravam no meio da multidão, eu sabia que você estava ali, eu sentia isso. Tinha certeza que você também estava me procurando, era um quase encontro. Quase porque você não sabia que eu iria, mas, tenho certeza, esperava isso. Na verdade, tinha. Eu podia te imaginar, você usava uma jaqueta azul, que combinava com seu tênis, que combinavam com seus olhos. Minhas amigas olharam para algo que eu sabia que não deveria olhar. Eu olhei. Era você, com aquela mesma jaqueta azul, com o mesmo tênis e com aqueles olhos. Que olhavam outra coisa, outro alguém. Você não pode imaginar como eu me senti, e talvez nunca tente. Mas foi algo parecido com uma explosão. Você explodiu de uma só vez meus olhos e meu pobre coração. Esqueçam o Osama bin Laden, o terrorista mais perigoso do momento tem outro nome. Que eu me recuso a dizer; ele não merece nada. Nem meus depoimentos, nem meus telefonemas...Mas isso é algo que contarei depois, não é hora de falar sobre isso. Naquele momento, eu só queria voltar pra casa. Assim como rasgar uma prova com nota baixa. Mas não deu. Testemunhas demais. Na verdade, a festa toda. A Cinderela foi em bora naquele dia mais cedo. E com dois sapatos.
Eu precisava chegar em casa para tirar aquela roupa apertada. Ingenuidade. O aperto mal tinha começado. Minha cama estava cheia de roupas, e a última coisa que eu queria fazer era tirá-las de lá, era muita coisa fora do lugar em apenas uma noite. Eu precisava dormir, mas o meu coração queria me dizer alguma coisa. Eu não entendia, eu não entendo
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