terça-feira, 13 de maio de 2014
Caixa Postal.
Alô! Não posso atender agora, mas, mesmo assim, antes de desligar, queria dizer algumas coisas. Não vai demorar. Prometo.
Talvez você nem se importe mais, mas nos últimos meses estive ocupada vivendo a vida dos meus sonhos. Conquistando, aos pouquinhos e quase sozinha, aquelas coisas que te disse que sempre queria pra mim. Mudei de cidade, decorei meu apartamento, viajei pela Europa, arrumei um trabalho melhor, fiz novas amigas e adotei um gatinho preto (lembra que eu morria de medo de gatos?) Sei que não tem notícias minhas desde a última vez que nos vimos e falamos pessoalmente, e que todos os nossos amigos perguntaram de mim quando você estava só por aí. Mas não se culpe. Eu tive que enterrar tudo o que eu sentia por você pra ver se cresciam flores novas por aqui. Pode parecer loucura, mas, nos primeiros dias, toda noite antes de dormir, eu fazia questão de me lembrar de todos os seus erros. Dos mais bobinhos até aqueles que quase nos fizeram terminar. Tentava me convencer, aos poucos, de que você nunca foi o cara certo pra mim e que nosso amor foi só mais um dos meus erros típicos de adolescente que quer explorar o mundo dos dezesseis. No fundo, tentei enxergar um pouquinho de você em todos os caras que conheci. Na balada, no metrô, na viagem, no elevador...Mas, sabe, tenho tido uma preguiça enorme de deixar as pessoas saberem do meus piores defeitos e das minha melhores qualidades. Um medo idiota de que desistam, e que ao mesmo tempo, não desistam de mim. Essa coisa de conquista é bem mais legal em filmes de comédia romântica. Sinto falta da nossa sinceridade. De me sentir segura, mesmo contando meus maiores medos, devaneios e sonhos para alguém. Queria mesmo era encontrar um cara que eu sei que [só] Você conhece. Alguém que olhe pra mim e dispense legendas. Que me faça, sem presente e promessas, sentir a pessoa mais especial do planeta. Fico pensando como seria se a gente tivesse nos dado uma segunda chance. Se o medo de estragar a amizade não tivesse sufocado o que jurávamos de pé ser amor. Não vou mentir, ainda penso que um dia vamos nos encontrar, mesmo sem querer, por aí. nessa vida ou nas próximas. Imagino que, independentemente das circunstâncias, vamos nos olhar e ter a certeza que fomos feitos um para o outro. Meu bem, o amor, ou seja qual for o nome deste sentimento que me faz compartilhar com você todas as minhas conquistas dessa vida, independe da distância ou do tempo. Não acho justo deixar o destino escolher pra nós dois. Ir em bora, enquanto o amor vai adiante. Ainda temos aquela opção de deixar as coisas acontecerem, aos poucos, ir com calma. É isso. Desliga e apaga logo meu número da sua agenda, pra sempre, ou liga de novo até eu conseguir atender. Agora!
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