sábado, 31 de maio de 2014

Meus pensamentos - Parte 7

Não importa quantos segredos foram revelados. Ninguém neste mundo sabe mais sobre você do que você mesmo. O que acontece lá fora nem importa tanto assim. A história muda cada vez que é contada, mas não quando é vivida. Lembre-se, as folhas que faltam ainda estão em branco, e só você tem a caneta que realmente funciona.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Meus pensamentos - Parte 6

O que nós fomos interfere no que nós somos. Isso me faz querer voltar no tempo e te colocar em um lugar da minha vida onde o destino não me obrigue a correr rápido e me esconder aqui, tão longe. E se a gente não tivesse cruzado a fronteira? Você ainda estaria aqui? Acho que sim. Talvez eu ainda pudesse gastar meus minutos com você e suas histórias, sem ter que, toda vez, odiar minhas escolha por você não fazer mais parte de cada uma delas.

Meus pensamentos - Parte 5

E se o único jeito de realmente se livrar de uma coisa for enfrentá-la até o fim? Assumir os pequenos riscos e as grandes consequências. Parar de ficar pensando e procurando respostas para perguntas que, no fim das contas, nem precisam ser feitas. E se o único jeito de não durar pra sempre for viver o agora exatamente agora? Queria saber.

Meus pensamentos - Parte 4.

Escrever é como abrir gaiolas. Coloco as palavras em ordem, descubro a senha do cadeado, liberto os pássaros. E os sentimentos.

Meus pensamentos - Parte 3

Odeio a amnésia que você me causa. A maneira como corrompe meus sentimentos e faz todos os erros desaparecerem instantaneamente da minha memória. Escrevo minha história todo santo dia, e então você aparece para dize que tudo não passou de rascunho. Que maldade. Isso que você sente não é amor, é mania.

sábado, 24 de maio de 2014

Meus pensamentos - Parte 2.

O que o fez reparar em você não foi a cor do seu batom nem o tamanho de seus cílios, mas sim a confiança que você sentiu usando um batom mais forte ou um rímel novo. Tudo depende da maneira que você encara as coisas. 

Meus pensamentos - Parte 1.

Deixe o tempo transformar o meu amor em lembrança. Deixe a lembrança te transformar em passado. Deixe o passado se livrar do que não presta. Deixe o que não presta longe de mim. Amém.

Pendências.

   Hoje eu queria falar sobre aquela velha sensação de que alguma coisa está errada. Nó na garganta. Frio na barriga. Aperto no peito. São descrições físicas pra algo que, na verdade, acontece na alma. Eu sei, você já fez a prova de matemática, já arrumou seu quarto, levou o cachorro pra passear e até fez aquele favor que estava há séculos prometendo pra alguém. Por fora as coisas parecem bem, mas alguma coisa ainda está incomodando você.
    Admita logo. Ainda falta uma coisa. O seu maior segredo. Algo que você nunca superou e ''jura pela morte da sua mãe'' que acabou e não faz a menor diferença na sua vida. Eu sei que, quando você está sozinha, volta lá e relembra tudo. Pesquisa sobre a vida dele (Ou dela). Abraça a foto. Sabe o que é isso? Pendências da vida.
    A gente tem a mania idiota de dividir o tempo em 3 partes (Passado-presente-futuro) e dizer pra todo mundo que isso ou aquilo ficou definitivamente para trás. Quer saber o que eu penso? As coisas - principalmente as pessoas - nunca ficam pra trás. Elas ficam é mais lá pra dentro. Guardadas. Abandonadas. E, raramente, esquecidas.
   Acredito que nós somos tudo aquilo que vivemos e sentimos. Deixar alguma coisa pra trás não nos faz mais fortes ou maduros. Aprender a lidar com ela, isso sim. Mas tal feito a gente não consegue ''deixando pra trás'', e sim cutucando, sentindo, conversando e, principalmente, vivendo.
   Quando a gente não coloca um fim de verdade, uma hora ou outra certas coisas (E sentimentos) voltam à tona. Quando escrevo ''fim de verdade'', e ''oi'' querendo dizer ''sai fora''.
   Tem a ver com o que a gente realmente sente, e o que a gente acaba fazendo. Por isso, sempre digo:"Antes de virar a página, certifique-se de que realmente já fez isso por dentro''. Você com você menos. Se não, grite, chore, escreva cartas, mande flores... Faça o que tiver que fazer. Mas não deixe pra depois uma coisa que só acontece agora.
    Aprendi com o tempo que, enquanto não for a hora do ponto final, a história vai continuar acontecendo. Em segredo, com vírgulas ou sem vírgulas. Se não fora, dentro da gente.
   As pendências que mais nos sufocam são aquelas de que já tentamos nos desfazer diversas vezes. O segredo? Viver o resto. As reticências (Ou o para sempre) Nada mais são do 3 vezes o ponto final (O fim).

sábado, 17 de maio de 2014

Entre dois mundos.

A rua é a mesma. O calor também. Depois de algumas horas no ônibus olhando a estrada e viajando, em pensamentos, provavelmente mais rápido do que aquelas rodas aguentariam, cheguei. Engraçado. Voltar para a casa dos meus pais sempre me fez pensar na vida. Lembrar de algumas coisas e imaginar outras. Não sei se é saudável, ou se é mais um daqueles rituais de sofrimento que costumo cultivar quando tenho algum tempo livre. O importante é que quando venho pra cá, do meu antigo quarto, consigo sentir como me sentia antes. E às vezes, em épocas de grandes mudanças e pequenas incertezas, isso se torna fundamental e altamente perigoso. Gosto do risco.
      Abraçar a Zooey. Ficar o dia todo deitada na cama olhando pro teto escuro. Almoçar com a família toda na mesa, ouvindo as piadinhas sem graça do meu pai. Escutar carros passando no final da tarde com músicas duvidosas no último volume. Minha tia me convidando para ir a missa. Resumindo: Coisas simples pras quais antes eu não dava a mínima e agora fazem meu coração bater mais calmo e feliz. Como aquela antiga voz e a conversa rápida no telefone. Que louco, né? O mundo dá  tantas voltas que às vezes é difícil ficar em pé. Mas, me apoiando nessas palavras, criei uma teoria. A teoria dos dois mundos. O das pessoas simples e o resto.
       No mundo das pessoas simples, as coisas costumam ser um pouco mais leves. Menos pose, expectativa e maquiagem. Mais praia, tardes sem grandes acontecimentos com os amigos de longa data e tempo para bater papo com a avó na varanda. Menos pressão, cobranças e promessas. Mais hoje. Menos atualizações no Facebook. O mais importante de tudo: menos necessidade de julgamento dos outros e da vida. Por que precisamos entender cada resto de sentimentos em nós?
       Pessoas complicadas geralmente nos prendem. Já as pessoas simples nos deixam ir para onde precisamos ir. Elas não precisam de tantas explicações, sabe? Simplesmente continuam vivendo continuam lá. Em algum lugar onde sempre vamos alcançá-las. Independentemente do tempo, da distância ou do que for. Pessoas ocupadas estão sempre ocupadas tentando parecer ocupadas. E, por mais que isso seja irresistivelmente misterioso, no final das contas, são só pessoas perdidas em suas próprias escolhas e consequências.    
       Onde eu entro nessa história toda? Sei não. Acho que tenho um pé nos dois mundos. E esta sensação que às vezes me corrompe e consome, como agora, é apenas a consequência da vontade de estar sempre em equilíbrio.

O cara do outro lado.

Você observa de longe. Percebe cada detalhe, como se fosse a primeira vez. Como se o  meu universo fosse o mesmo que o dele. Apesar de nunca terem se falado, sente que foram feitos um para o outro e que poderiam passar a eternidade juntos, com brigas, mas sem outros ou outras.

 Ele não está do seu lado, mas por algum motivo você pode sentir todas as cócegas e carícias que ele faz em alguém.


Esse cara te faz acreditar no amor, um amor que arde. Que seca. Que sufoca. Mas que, ao mesmo tempo, preenche. Um espaço que sempre existiu, mas que agora ele ocupa sem saber.


A história dele te inspira e te faz querer mudar a sua, deixar todas aquelas bobagens de lado e viver intensamente como se nada importasse. Então, você fecha os olhos e imagina tudo oque pode acontecer.


As lágrimas são reais, os sentimentos também. Só falta uma coisa: Ele. Um pequeno detalhe que, em ausência, não deixa a história acabar dentro de você. Uma eterna repetição que te faz decorar e imaginar falas, cenas e gestos que nunca existiriam.
No seu plano de fundo, nas músicas que você escuta, nas conversas com suas melhores amigas. Ele não está aí, mas está lá, do outro lado da tela, é um personagem dentro de um filme do qual você nunca fez parte, só assistiu.


                                                               Bem-Vinda à vida Real.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Caixa Postal.

Alô! Não posso atender agora, mas, mesmo assim, antes de desligar, queria dizer algumas coisas. Não vai demorar. Prometo.

        Talvez você nem se importe mais, mas nos últimos meses estive ocupada vivendo a vida dos meus sonhos. Conquistando, aos pouquinhos e quase sozinha, aquelas coisas que te disse que sempre queria pra mim. Mudei de cidade, decorei meu apartamento, viajei pela Europa, arrumei um trabalho melhor, fiz novas amigas e adotei um gatinho preto (lembra que eu morria de medo de gatos?)         Sei que não tem notícias minhas desde a última vez que nos vimos e falamos pessoalmente, e que todos os nossos amigos perguntaram de mim quando você estava só por aí. Mas não se culpe. Eu tive que enterrar tudo o que eu sentia por você pra ver se cresciam flores novas por aqui.         Pode parecer loucura, mas, nos primeiros dias, toda noite antes de dormir, eu fazia questão de me lembrar de todos os seus erros. Dos mais bobinhos até aqueles que quase nos fizeram terminar. Tentava me convencer, aos poucos, de que você nunca foi o cara certo pra mim e que nosso amor foi só mais um dos meus erros típicos de adolescente que quer explorar o mundo dos dezesseis.           No fundo, tentei enxergar um pouquinho de você em todos os caras que conheci. Na balada, no metrô, na viagem, no elevador...Mas, sabe, tenho tido uma preguiça enorme de deixar as pessoas saberem do meus piores defeitos e das minha melhores qualidades. Um medo idiota de que desistam, e que ao mesmo tempo, não desistam de mim. Essa coisa de conquista é bem mais legal em filmes de comédia romântica.          Sinto falta da nossa sinceridade. De me sentir segura, mesmo contando meus maiores medos, devaneios e sonhos para alguém. Queria mesmo era encontrar um cara que eu sei que [só] Você conhece. Alguém que olhe pra mim e dispense legendas. Que me faça, sem presente e promessas, sentir a pessoa mais especial do planeta.           Fico pensando como seria se a gente tivesse nos dado uma segunda chance. Se o medo de estragar a amizade não tivesse sufocado o que jurávamos de pé ser amor.           Não vou mentir, ainda penso que um dia vamos nos encontrar, mesmo sem querer, por aí. nessa vida ou nas próximas. Imagino que, independentemente das circunstâncias, vamos nos olhar e ter a certeza que fomos feitos um para o outro. Meu bem, o amor, ou seja qual for o nome deste sentimento que me faz compartilhar com você todas as minhas conquistas dessa vida, independe da distância ou do tempo.          Não acho justo deixar o destino escolher pra nós dois. Ir em bora, enquanto o amor vai adiante. Ainda temos aquela  opção de deixar as coisas acontecerem, aos poucos, ir com calma. É isso. Desliga e apaga logo meu número da sua agenda, pra sempre, ou liga de novo até eu conseguir atender. Agora!
        Tu tu tu tu tu tu tu tu tu....

           

Cinderela ao Contrário.

     E meus olhos te procuravam no meio da multidão, eu sabia que você estava ali, eu sentia isso. Tinha certeza que você também estava me procurando, era um quase encontro. Quase porque você não sabia que eu iria, mas, tenho certeza, esperava isso. Na verdade, tinha. Eu podia te imaginar, você usava uma jaqueta azul, que combinava com seu tênis, que combinavam com seus olhos. Minhas amigas olharam para algo que eu sabia que não deveria olhar. Eu olhei. Era você, com aquela mesma jaqueta azul, com o mesmo tênis e com aqueles olhos. Que olhavam outra coisa, outro alguém. Você não pode imaginar como eu me senti, e talvez nunca tente. Mas foi algo parecido com uma explosão. Você explodiu de uma só vez meus olhos e meu pobre coração. Esqueçam o Osama bin Laden, o terrorista mais perigoso do momento tem outro nome. Que eu me recuso a dizer; ele não merece nada. Nem meus depoimentos, nem meus telefonemas...Mas isso é algo que contarei depois, não é hora de falar sobre isso. Naquele momento, eu só queria voltar pra casa. Assim como rasgar uma prova com nota baixa. Mas não deu. Testemunhas demais. Na verdade, a festa toda. A Cinderela foi em bora naquele dia mais cedo. E com dois sapatos.
     Eu precisava chegar em casa para tirar aquela roupa apertada. Ingenuidade. O aperto mal tinha começado. Minha cama estava cheia de roupas, e a última coisa que eu queria fazer era tirá-las de lá, era muita coisa fora do lugar em apenas uma noite. Eu precisava dormir, mas o meu coração queria me dizer alguma coisa. Eu não entendia, eu não entendo

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Eu te amo e enter.

A internet mudou minha vida. Eu, mais do que ninguém, posso dizer isso. Digamos que ela me abriu as portas, janelas e, se bobear, até uma passagem secreta para o amor. Como assim? É que praticamente todos os caras com quem já me relacionei, por quem me apaixonei e que conquistei até hoje foram através dela. Há alguns anos, eu achava o máximo tudo isso. Imaginem só, a menina mais tímida da sala poder conversar com o mais popular e ainda dar boas risadas de coisas banais se ninguém apontar ou julgar. Ah, minha época de MSN 24 horas por dia. Foram tantos casinhos madrugada a fora! Tantos Thiagos, Felipes, Lucas...No fundo, na época, eu precisava de alguém pra me ouvir, e eles eram realmente bons nisso.

   Eu contava sobre meu dia, sobre meus medos, minhas brincadeiras e até uns segredos que poucas pessoas que conheço pessoalmente sabem. Sim. Eu também já disse ''eu te amo'' pra uma pessoa que era especial, mas que, não, eu não amava. Sempre que assisto a um filme em que esse tema é abordado ( Amor e outras drogas, assisti ontem), me questiono sobre o assunto. Logo eu, que acredito tanto no sentimento amor, já falei sem querer e sentir que amo. Pela internet, mas falei.

   Percebo que isso acontece muito hoje em dia. Cada vez mais e mais. Somos a geração ''Eu te amo e enter''. É tanta (falsa) intimidade! Vejam só: temos acesso livre ao álbum de fotografias (esse nós veríamos depois da apresentação dos pais), depoimentos emocionantes (esse só no aniversário de 15 ou 18 anos), conversas com outros amigos (atrás da porta ou na mesa ao lado), filmes prediletos (indo de mãos dadas à locadora pra alugar).
   Depois de alguns minutos de conversa, pronto, já sabemos quase tudo sobre o outro. Mesmo sem os famosos ''olhos nos olhos'', nos sentimos próximos da pessoa. O suficiente pra compartilhar momentos e frustrações. Principalmente frustrações. Já reparou? As pessoas nunca são felizes na internet. Caio.F. Abreu nunca foi tão citado.
   Bem, vocês sabem, o coração não quer saber se a pessoa está perto ou longe. Se é rico ou pobre. Popular ou antissocial. É só arrancar boas risadas, ser inteligente, gostar de ouvir e dar conselhos e pronto. Você já tem um novo affair. Ele parece legal, tem tudo pra dar certo. Se isso vai durar? Talvez. Sempre me perguntam: O amor é pra sempre? Sei não. Pra mim, as pessoas têm uma concepção meio errada do que é eterno. Pra sempre não quer dizer que isso ou aquilo vai durar até o resto de seus dias, quer dizer que você nunca esquecerá.
   O amor virtual não se resume a um ''L'' entre parênteses na tela de um PC. O amor verdadeiro, mas só de verdade, acontece aqui dentro, naquele lugar onde ninguém consegue tocar, só sentir.
    Nem no cérebro nem no coração, na alma. Pouca gente enxerga isso. Mas a maneira como se esse sentimento tão nobre se manifesta não é importante. Um beijo é bom, é sim. Mas uma palavra de conforto em um momento difícil e uma risada enquanto escapa uma lágrima, pra mim, valem muito mais!

A Alice que existe em você.

   A gente vai sempre dormir com aquela vontade de fazer diferente no outro dia, se arriscar e sair da rotina. Planos, desejos e sonhos adormecem junto com o nosso sono. Então, no outro dia, com a rotina e tantos problemas, esquecemos de tudo aquilo que prometemos para nós mesmos antes de dormir.
   Arriscar não é uma tarefa fácil, requer coragem e confiança. Quer uma dica? As pequenas mudanças atraem as grandes. Pequenas atitudes, como um simples sorriso, podem mudar toda a sua vida.
   Não deixe que o que acontece aqui fora estrague o que reluz aí dentro. As pessoas não precisam te entender. Você precisa.
   Nós nunca descobriremos o que vem depois da escolha se não tomarmos uma decisão. Por isso, entenda os seus medos, mas jamais deixe que eles sufoquem seus sonhos. Siga o coelho. Não tenha medo de entrar em lugares onde você acha que não cabe. O mundo mágico da felicidade e do amor só existirão se você acreditar neles.
   Escute sempre a Alice que tem dentro de você.

O beijo.

   Eu não estava pronta, mas estava ali. Esperando que acontecesse o que eu não sabia que ia acontecer. Não tinha certeza alguma do que iria acontecer; pra falar a verdade, nunca tive. Mas dessa vez era diferente, eu não conseguia disfarçar. O seu cheiro me atraía naquele dia mais do que de costume, ou eu estivesse mais próxima, próxima demais.
   Todas as palavras que ensaiei para aquele momento fugiram da minha mente  se esconderam no meu estômago. E, pra falar a verdade, fizeram uma festa por lá! Enjoo não é a palavra certa, e, te juro, eu não costumava comer borboletas. Seu sorriso combinava com as minhas bochechas vermelhas, assim como minhas cinturas combinavam com suas mãos. Era a coisa mais estranha do mundo, e eu adorava isso.

Peixes e Amores.

Dizem que depois do adeus vem a saudade
Que depois da saudade vem o arrependimento
Eu não me arrependo
Pulei do barco antes que afundasse
Eu queria aprender a nadar
Eu precisava
Encontrei milhares de peixes
Me apaixonei por alguns deles
Os devorei
Aprendi hoje que peixes são mais bonitos de longe
No mar
Nadando
Eu não quero entrar de novo em sua embarcação
Sei que afundaríamos novamente
Apenas peço que pare de remar para longe
Eu odeio te perder de vista
Dói
Desculpe pelo egoísmo, você faz parte de mim.

domingo, 11 de maio de 2014

Epifania.

 Feche a porta e apague a luz. Arrume tempo para isso e não se esqueça daquilo. Feche os olhos, durma logo, tente não pensar em nada - Nem em ninguém. O sono não vem, os pensamentos nostálgicos dão as caras. Passarinhos cantam na janela. Acorde logo. Músicas chatas -  São sua prediletas.

  Não acredite nos contos de fadas. Seja uma princesa. Encontre um cara. Finja que não se importa com ele. Deixe as borboletas nascerem, mas não as liberte facilmente. Entregue-se. Não se perca de você mesma. Tente definir com as mesmas palavras de sempre. Convença alguém de que você acredita nisso. Beije-o.

  Seja você hoje. Ame quem ama quem você é, não quem você foi. O telefone toca. Não é ninguém, mas você tem que atender. Escreva mentiras em folhas de papel amassadas e jogue-ás no lugar onde a pessoa certa vai encontra-las no momento errado. Aproveite enquanto não é rotina.

  Você não está em uma competição. Elogie suas amigas. Sorria para desconhecidos. Você não precisa concordar com seu espelho. O que tem dentro importa mais. Às vezes dói e queima. Dias cinzas são assim.

  Um batom diferente, por que não? Ninguém notou. Mentira. Você se acha linda com ele. Isso importa. Tenha personalidade. Não mude nunca por quem nunca muda nada por você.

Carta da esposa.

Ouvimos a porta bater do quarto bater mais forte durante semanas. Você sempre aparece e desaparece depois de despejar meia dúzia de palavrões que, no fim das contas, nós dois sabemos, que não mudam nada em nossa triste situação. Talvez, no fundo, tenha a certeza de que, independente do que for dito, eu sempre estarei te esperando com a casa organizada e as roupas passadas na gaveta, naquele mesmo lugar de sempre.
 Esperar você chegar durante a noite é como me preparar para guerra. O corretivo serve para camuflar minhas noites de choro virada para o outro lado. O batom vermelho, para tentar te fazer se lembrar do nosso primeiro encontro no parque, no final dos anos 1990. Acho que isso é uma espécie de escudo. No reflexo do espelho, enxergo claramente alguém que você amou, mas, no fundo, sei que já não sou mais essa pessoa há anos. É triste, e está ficando cada vez mais tarde. Seu carro não estaciona. O inimigo, que um dia já foi meu amigo, não vem hoje.
 No porta-retratos da sala, ainda estamos felizes e sorrindo. Aquela é minha foto predileta, mas confesso que já faz alguns dias que não olho pra ela para tentar lembrar do que nós éramos, mas sim para tentar inutilmente o que me faltou ser. Isso tem me deixado louca.
 Sinto tanta falta das suas mãos. Das mensagens com respostas imediatas. Dos planos para o final de semana. Da viagem tradicional de fim de ano. Da possibilidade e da ansiedade de nos tornarmos quatro em alguns meses. De dormir sabendo do seu dia. Do cheiro dos seu perfume na sua pele. Da luz do sol batendo pela manhã nos seus fios de cabelo. De você nervoso perto do meu pai. De ouvir a estação que só fala sobre futebol enquanto andamos de carro. De dormir olhando nos seus olhos. Quando foi que nossos pés pararam de se encontrar na cama?
 Minhas amigas dizem que você tem outra. Que neste ponto da história, talvez, conhecer alguém me faça muito bem. Mas qualquer cara que eu esbarro por aí parece alguma cópia falsificada de alguma fase sua. Do colegial, quando você usava All Star, ouvia folk e era absolutamente inseguro com sua barba ainda meio falha. Ou então da faculdade, quando você não tinha tempo pra nada, não entendia a maneira como seu pai lidava com a morte e sonhava em conhecer a Venezuela. Férias de 2003. Nós não nos casamos pensando que daria errado. Acho que até fomos felizes. Especialmente quando misturamos nossas almas e colocamos no mundo alguém com sua boca, meus olhos e os cabelos ruivos e finos que sua mãe tinha. Agora, sinceramente, não consigo mais lembrar de quem que era antes de te conhecer. E não sei se aquela minha versão ingênua e inocente conseguiria dar conta de tudo isso sozinha. Então por favor, responda de uma vez, você vai, não vai? Se sim, o que vou dizer pra ela quando um garoto da turma agir como um idiota covarde? Dizer que ele fez o mesmo que você?



Caminhando?

Caminhos certos, certeiros

Caminhos errados, pelos seus meiosNão sei por onde vaiTalvez nem esteja indoVai pra lá, saiNão se sinta bem vindoFez viagens longasMudou a cor do cabeloEspera que te, reconheça?Como algo constanteTe sinto, como uma velha fotografiaNada além de bolor a sua volta.Não mexa com meu coração.Seus caminhos te levamRetrocederam.Dei tchau ali paradaVocês, perceberam?Não caminhou só, eu viMas está tão livreQue honestamenteEles não queriam irMudei meu jeito.E ainda sim chegou aquiVolta da onde, talvez, tenha idoMe deixe ir.